Da mescla do samba, funk e baião ao rock n’ roll, surge uma sonoridade orgulhosamente miscigenada. A Banda, formada em 2011, soma um EP, um álbum e uma história única no rock carioca com o seu afrorock misturado com o que denominam Música Preta Brasileira. Essas influências podem ser notadas na faixa apresentada no vídeo.
“Infância reflete essa nostalgia gostosa deixada pelas vivências e desnuda um pouco de nós. A música foi construída a partir de nossas memórias pessoais e de pessoas simples e comuns das periferias do Estado, apresentando um clima mais romântico nesse disco cheio de tensões”, conta Iolly Amancio, vocalista da banda, que compôs a faixa com o guitarrista Wallace Cruz.
Além deles, formam o grupo Nico Souza (guitarra), Clara Santos (bateria), Jonathan Panta (baixo) e Adonis Lima (percussão). A Banda Gente vem lapidando sua musicalidade desde a gênese do projeto. Em 2015 , o EP “O Rock Está no Ar” apresentou ao público o som sem amarras, cujas primeiras canções apostavam numa combinação grooveada de baixo, guitarras e bateria e buscavam inspiração no rock brasileiro dos anos 80. No ano seguinte, a Banda Gente passou a integrar o coletivo de músicos #BXDnuncaserende, dando visibilidade à Baixada Fluminense.
Em parceria com o ONU, lançaram o projeto piloto Música para Avançar no Desenvolvimento Sustentável. Os resultados foram uma coletânea em que a canção “Rede” representa o objetivo 16 - Paz, Justiça e Instituições Eficazes - nas metas das Nações Unidas para transformar o mundo; e um documentário, batizado com o nome do coletivo. O filme foi exibido na China, Bulgária e em Nova Iorque, durante o Chelsea Film Festival e na Sede das Nações Unidas, onde Iolly Amancio esteve presente representando os artistas da Baixada.
Coroando toda essa trajetória de valorização de suas raízes, em outubro de 2017, a banda de Mesquita lançou o seu primeiro álbum completo, “#SomostodosSilvas”, viabilizado pelo edital Territórios Culturais Favela Criativa, da Secretaria de Estado de Cultura e onde está a faixa “Infância”. O disco faz uma homenagem ao sobrenome mais popular do Brasil e carrega o orgulho da negritude, a luta que se enfrenta no dia-a-dia e a anti-banalização da violência contínua.
Atualmente a banda está em turnê com o álbum por periferias e comunidades do Grande Rio e Baixada Fluminense, levando uma imagem da valorização pessoal através da arte.
Por: Nathália Pandeló Corrêa
Foto de postagem: divulgação
Foto P/B: Leo Jesus